Agosto Dourado e a Hora de Ouro
O Agosto Dourado nasceu de um encontro entre a Organização Mundial da Saúde e a Unicef em 1990 onde os sete primeiros dias do mês de agosto eram usados para a promoção e incentivo ao aleitamento materno.
Em 2017, foi instituído no Brasil os 31 dias do mês de agosto para a promoção do aleitamento materno. O dourado faz referência ao alimento considerado padrão ouro para a alimentação do bebê - O LEITE MATERNO.
E a ”golden hour” ou “ora de ouro” ou “hora mágica” é um dos eventos que é muito estimulado e promovido durante este mês.
A primeira hora de vida do bebê é tão importante que é conhecida como hora mágica ou hora dourada. Durante este período deve-se estimular o contato pele a pele, entre a mãe e o bebê, o mais cedo possível segundo a Organização Mundial da Saúde pois é um facilitador da amamentação, diminui a mortalidade e traz inúmeros benefícios para a mãe e para o bebê.
Neste contato, o bebê fica mais tranquilo, baixa a frequência respiratória e cardíaca, sente o cheiro da mãe, sente seu calor e esta proximidade ajuda a completar a formação do vínculo entre eles. Neste momento ele não precisa necessariamente mamar, pois só esta proximidade, a busca e as tentativas de sugar já estimulam a liberação de prolactina, o hormônio por trás da produção do leite materno. Além deste hormônio, também é liberada a ocitocina que ajuda na recuperação do útero para seu tamanho normal além de reduzir o estresse materno e diminuir a depressão pós-parto.
Este contato é feito de maneira muito simples, logo após o nascimento do bebê ele já é colocado em contato com a mãe e não importa se ele nasceu de parto normal ou cesárea, ele só não pode ter este contato se for um bebê com menos de 34 semanas ou se estiver com alguma dificuldade ao nascimento. Podemos postergar este momento por, no máximo, 10 minutos para cumprir protocolos como colocar a pulseirinha do hospital ou outros e, logo em seguida, ele já pode ser colocado junto com a mãe.
A golden hour ou hora de ouro é uma grande oportunidade para fortalecer os vínculos entre mãe e bebê, estabelecer a amamentação com sucesso e diminuir os riscos para a saúde dos bebês.
Por Carla Castro Franco - médica pediatra do Hospital São João Batista.